Letras-robôs

Uma das coisas boas de se tornar adulto é ter condições para comprar algum brinquedo que, por um motivo ou por outro, não se pôde ter na infância. Mas isso pode não se resumir apenas a brinquedos desejados no passado: pode se estender a brinquedos atuais.

A revista semanal infantil Recreio lançou, há algum tempo, uma coleção de letras de plástico que se transformam em robôs: as Letronix. Cada número da revista incluía um envelope contendo uma letra-robô (inclusive acentos). Portanto, foram necessárias várias semanas para que eu pudesse completar a coleção.

A revista trazia ainda uma história em quadrinhos protagonizada pela letra correspondente à edição.

Night run

O logotipo da corrida noturna realizada em novembro de 2009 na cidade de São Paulo, patrocinada pela marca esportiva Fila e pela revista O2, faz alusão às fotografias noturnas e de longa exposição das grandes cidades. Tais fotografias se caracterizam pelos rastros de luz produzidos pelos carros em movimento.
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Abaixo, uma dessas fotografias. Trata-se da Praça 7 (Belo Horizonte), sem o obelisco conhecido como Pirulito. A foto foi retirada de uma publicação de 1970, o livro Belo Horizonte (Editora Kosmos), de Marcel Gautherot, com textos de Luiz Carlos Xavier.

O autor dos textos assim descreve a foto: A fotografia mostra o lugar onde estava o obelisco de que se serviam como tribuna os políticos em campanha eleitoral para arengarem a multidão que se reunia a fim de ouvi-los. O intenso tráfego não mais permite a realização de tais comícios nesse local. O obelisco foi transferido para a praça Diogo de Vasconcelos, surgindo no seu lugar um canteiro cercado por um muro baixo, de pedras, formando um quadrado. (...) À noite a praça é ofuscantemente iluminada à gás de mercúrio, sistema que vai aos poucos substituindo o mais antigo e convencional, a incandescência, em tôda a cidade.

Lady Gaga

Considerada uma das artistas mais influentes do mundo pela revista norte-americana Time (abril de 2010), Lady Gaga é um fenômeno midiático. Com o corpo parcialmente coberto por tiras com formas tipográficas impressas, ela foi fotografada por David LaChapelle.


No âmbito da política, a revista Time incluiu o presidente Lula e Barak Obama na lista dos mais influentes líderes mundiais.

O livro de cabeceira

 
O erotismo é um tema recorrente na obras do fotógrafo David LaChapelle. A foto ao lado, de LaChapelle, é da atriz Vivian Wu, protagonista do filme O livro de cabeceira (The pillow book, 1996). Essa imagem estática foi exibida no longa-metragem dirigido por Peter Greenaway. Simultaneamente ao movimento de câmera percorrendo a foto lentamente de cima para baixo, é exibido o texto: sexo de um anjo. O livro de cabeceira é uma adaptação de um clássico literário erótico japonês homônimo escrito por Sei Shonagon (século X). O enredo explora a relação entre a escrita e o corpo humano. No Japão dos anos 1970, a jovem Nagiko (Vivian Wu) comemora seu aniversário com um ritual: o pai escreve no rosto dela uma benção, enquanto a tia lê O livro de cabeceira (de Shonagon). Ela cresce entre livros, papéis e escritas em corpos nus. O desejo pela escrita no corpo se torna uma obsessão para Nagiko.


Escultura tipográfica

O artista plástico e gráfico Tide Hellmeister era um apaixonado pelo universo das letras desde cedo. Tide chegou a cursar caligrafia com o intuito de dominar a arte da escrita. Muitos dos trabalhos dele, como a escultura abaixo, mesclam o universo das letras à estética das máquinas. (Foto e texto adaptados. Foto original: Ricardo Breda; texto original: Yara Guerchenzon – Dcasa).
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Rébus

O termo rébus vem do latim e significa coisas. Rébus são as famosas cartas enigmáticas, muito comuns nas antigas revistas de passatempo. Nas cartas enigmáticas, palavras ou sílabas são representadas por imagens que sugerem o som dessas palavras ou dessas sílabas.

O rébus acima, The art of making money plenty in every man’s (1817), é de autoria de Benjamin Franklin. No detalhe, a grafia da palavra CATching.

IBM

A imagem abaixo foi criada pelo designer Paul Rand para um cartaz da empresa IBM (1981). Rand usou o princípio do rébus; explorou o caráter fonético da sigla IBM (obviamente, pronunciada em inglês): EYE (olho), BEE (abelha), M.

A escrita suméria e os rébus

Segundo Georges Jean, a origem dos rébus – ou mais especificamente do conceito de fonetismo da escrita – foi uma transformação ocorrida no sistema de escrita sumério. Os sumérios escreviam fazendo incisões sobre placas de argila: escrita que ficou conhecida como cuneiforme. O tablete abaixo, datado de 3000 aC, é de um estágio pictográfico desse sistema de escrita.

Esses símbolos designavam coisas ou seres, por exemplo: pássaro e ovo, lado a lado, significavam fecundidade.Mais tarde, os símbolos passaram a corresponder aos sons das palavras da língua falada. A estratégia dos sumérios, portanto, consistiu em usar um procedimento similar aos rébus: usar um pictograma designando não o objeto por ele representado, mas um outro objeto cujo nome lhe era foneticamente semelhante.

Relógios

Alguns relógios nos quais a tipografia dos números é o foco.

Design: Etna

Tok & Stock

Design: Nextime

Designer: Fabiano Valente